segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Campanha da Fraternidade 2012


Giovanni Colares

Sob o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38, 8), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB inicia, nesta quaresma, mais uma Campanha da Fraternidade, agora orientando-nos a pensar sobre a “Fraternidade e Saúde Pública”, este desafiante tema que busca (orientada por seu Objetivo Geral) “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário nas pessoas em atenção aos enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde”.


A atenção à saúde é preocupação de muitas instituições, não somente as governamentais sob o eixo da atuação local, mas até mesmo a de organismos internacionais que pensam o mundo no aspecto global, a própria Organização das Nações Unidas - ONU para o período de 1990 até 2015 propôs oito metas as serem trabalhadas, sendo que três estão ligadas diretamente ao aspecto da Saúde e quase todas refletem indiretamente em consequências saudáveis para os indivíduos (São elas: Reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na miséria e passam fome; Educação básica de qualidade para todos; Igualdade entre os sexos e mais autonomia para as mulheres; Redução da mortalidade infantil; Melhoria da saúde materna; Combate a epidemias e doenças; Garantia da sustentabilidade ambiental;
Estabelecer parcerias mundiais para o desenvolvimento).

Como vem ocorrendo desde o início da década de 1960, a Igreja Católica no Brasil – através da CNBB – empenha-se em estudar, meditar e divulgar sobre temas específicos com o fim de buscar criar na sociedade uma resposta satisfatória para determinados desafios. Neste ano a proposta é orientada aos aspectos individuais e públicos da Saúde e principalmente pela necessidade de uma maior atuação dos órgãos competentes no que concerne ao cuidado com o povo no aspecto da atuação dos setores governamentais responsáveis pela Saúde Pública, principalmente pelo Sistema Único de Saúde – SUS, ainda buscando incentivar ações a serem empreendidas pelas pastorais das paróquias espalhadas em todo o país.

Com propostas bem delineadas a CNBB potencializa a ação dos Leigos e faz-se presente como um grande agente pastoral no que diz respeito ao aspecto da divulgação, pois utiliza-se de diversos meios nos veículos midiáticos para se fazer presente, neste momento importante da Quaresma, como forma de incentivar o debate e a ação para muito além de seu aspecto de liderança religiosa pertinente à própria natureza de sua existência.

As reflexões constantes de seu texto-base envolve a referida campanha no aspecto prático, mas também contemplativo: visando analisar todo o simbolismo da saúde (e da doença) desde a antiguidade, principalmente no “horizonte humano e teológico do sofrimento”.

É-nos proposto uma “Ação Transformadora no Mundo da Saúde” aliando-se ações para “a Igreja cooperar no avanço do Sistema Público de Saúde”.

Torna-se óbvio que tal empreitada, de conotação hercúlea, não se contém em um setor específico da sociedade, nem tampouco esgotar-se-ia em tão curto período de quarenta dias, é preciso que ações de educação, cultura, e política apoiem tal enlevo, de modo a que no confronto das idéias (função política do debate), no desenvolvimento do compartilhar e difundir conceitos (especialidade da educação e cultura) e no processo religioso (de fazer parte e ser coadjuvante da manutenção e desenvolvimento da Criação), possa-se construir o ambiente e esmerar-se em empreender ações propícios às mudanças e evoluções de paradigmas, principalmente orientados a uma visão crítica e intervencionista em prol da busca da excelência na prática do cotidiano.

Assim, na participação efetiva de todos os que são convidados a participar e em ritmo de Campanha, como sugere o nome, o espírito de fraternidade pode e deve ser transformadora para que dela se produzam bons frutos.

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