Sob o lema: “Que a saúde se
difunda sobre a terra” (Eclo 38, 8), a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil – CNBB inicia, nesta quaresma, mais uma Campanha da Fraternidade, agora
orientando-nos a pensar sobre a “Fraternidade
e Saúde Pública”, este desafiante tema que busca (orientada por seu
Objetivo Geral) “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma
vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário nas pessoas em
atenção aos enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde”.
A atenção à saúde é preocupação de muitas instituições, não
somente as governamentais sob o eixo da atuação local, mas até mesmo a de
organismos internacionais que pensam o mundo no aspecto global, a própria
Organização das Nações Unidas - ONU para o período de 1990 até 2015 propôs oito
metas as serem trabalhadas, sendo que três estão ligadas diretamente ao aspecto
da Saúde e quase todas refletem indiretamente em consequências saudáveis para
os indivíduos (São elas: Reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na
miséria e passam fome; Educação básica de qualidade para todos; Igualdade entre
os sexos e mais autonomia para as mulheres; Redução da mortalidade infantil;
Melhoria da saúde materna; Combate a epidemias e doenças; Garantia da
sustentabilidade ambiental;
Estabelecer parcerias mundiais para o desenvolvimento).
Como vem ocorrendo desde o
início da década de 1960, a Igreja Católica no Brasil – através da CNBB –
empenha-se em estudar, meditar e divulgar sobre temas específicos com o fim de
buscar criar na sociedade uma resposta satisfatória para determinados desafios.
Neste ano a proposta é orientada aos aspectos individuais e públicos da Saúde e
principalmente pela necessidade de uma maior atuação dos órgãos competentes no
que concerne ao cuidado com o povo no aspecto da atuação dos setores
governamentais responsáveis pela Saúde Pública, principalmente pelo Sistema
Único de Saúde – SUS, ainda buscando incentivar ações a serem empreendidas
pelas pastorais das paróquias espalhadas em todo o país.
Com propostas bem delineadas a
CNBB potencializa a ação dos Leigos e faz-se presente como um grande agente
pastoral no que diz respeito ao aspecto da divulgação, pois utiliza-se de
diversos meios nos veículos midiáticos para se fazer presente, neste momento
importante da Quaresma, como forma de incentivar o debate e a ação para muito
além de seu aspecto de liderança religiosa pertinente à própria natureza de sua
existência.
As reflexões constantes de seu
texto-base envolve a referida campanha no aspecto prático, mas também
contemplativo: visando analisar todo o simbolismo da saúde (e da doença) desde
a antiguidade, principalmente no “horizonte humano e teológico do sofrimento”.
É-nos proposto uma “Ação
Transformadora no Mundo da Saúde” aliando-se ações para “a Igreja cooperar no
avanço do Sistema Público de Saúde”.
Torna-se óbvio que tal
empreitada, de conotação hercúlea, não se contém em um setor específico da
sociedade, nem tampouco esgotar-se-ia em tão curto período de quarenta dias, é
preciso que ações de educação, cultura, e política apoiem tal enlevo, de modo a
que no confronto das idéias (função política do debate), no desenvolvimento do
compartilhar e difundir conceitos (especialidade da educação e cultura) e no
processo religioso (de fazer parte e ser coadjuvante da manutenção e
desenvolvimento da Criação), possa-se construir o ambiente e esmerar-se em
empreender ações propícios às mudanças e evoluções de paradigmas,
principalmente orientados a uma visão crítica e intervencionista em prol da
busca da excelência na prática do cotidiano.
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