quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Revisitando o Concílio Vaticano II


Professor Teodoro
Deputado estadual

Neste carnaval de 2010, participei em Natal, nos dias 13,14 e 15, de mais um encontro de reflexão e debate de ex-alunos do Colégio Pio Brasileiro de Roma e da Universidade Gregoriana, sobre pontos importantes do Concílio Vaticano II e sua repercussão na realidade pós-conciliar assim como as experiências vividas por cada um dos nossos companheiros espalhados por este Brasil afora.
Momentos de grande satisfação de lembranças tão importantes daquele evento que serviu de adequação (aggiornamento) da Igreja aos tempos modernos, bem como de realização da experiência existencial de cada um de nós no decorrer destas quatro últimas décadas. Experiências riquíssimas de ação solidária em prol das comunidades onde vivem e atuam.
Alguns itens do Concílio foram revisitados e debatidos. O grande mérito do papa João XXIII e do próprio Concílio Vaticano foi repensar a Igreja de Deus para os tempos modernos. A Igreja é o povo de Deus. O batismo é o sacramento fundante do povo de Deus. Criados à imagem e semelhança de Deus, somos todos iguais e irmãos na fé de Cristo.
Outro item importante é o da colegialidade. Hoje cada país tem sua conferência nacional de bispos que define a pastoral para os seus fiéis. Sabemos o quanto a CNBB trabalha no seu papel de evangelização, bem como na luta pela melhoria socioeconômica e cultural do povo brasileiro.
A ação ecumênica da Igreja, presente na Campanha da Fraternidade de 2010, é um item sempre presente na ação da Igreja nos tempos atuais. Os cristãos em parceria trabalham em prol do bem comum e do próprio desenvolvimento integral do Brasil.
Parte do tempo do encontro foi reservado para uma análise da conjuntura nacional.
Dentro da crise financeira ocorrida em 2009, constatou-se que o  fosso entre ricos e pobres é cada vez maior, e as medidas em andamento vão no sentido de reforçar o modelo que existe. Por isso, faz-se necessária a reforma do papel do Estado para que possa ter mecanismos de controle do mercado. Não a ponto de sufocar as iniciativas empresariais, financeiras e econômicas do segundo setor, mas para que não prevaleça a teoria do “laisser faire”, do vale-tudo da busca do lucro pelo lucro.
A crise chamou a atenção para o desperdício de recursos materiais e humanos, sobretudo com constantes guerras entre pessoas, culturas e até mesmo entre religiosos.
Outro destino há de ser dado aos bens materiais que devem ser canalizados em prol do bem coletivo. Que a cultura da sobriedade e da solidariedade seja incentivada e implantada por meio de associações. As ações cooperativadas sejam disseminadas dentro das comunidades.
O modelo de desenvolvimento vigente no País que se firmou depois da Constituição de 1988,sobretudo nestas duas ultimas décadas, caminha para seu esgotamento, fazendo-se necessário pensar em novo modelo para a fase pós-Lula, quando o grande desafio é o desenvolvimento global, integral, em que saúde e educação sejam partes integrantes e que se diminua a marginalização de tantos.

Este artigo foi publicado no livro acima em 2010
A multiplicidade de partidos políticos (27) e sua conseguinte fragilidade faz da política um comércio. Legendas e legendas são negociadas, e poucos partidos têm ideologia e programas próprios e de ações bem definidas. A Reforma política é mais do que nunca urgente, ela é a reforma das reformas.

Esses e outros assuntos foram debatidos no encontro de Natal, que foi coordenado pelo casal Otto Santana e Juciara Fernandes coadjuvados pelos padres José Oscar Beozzo, Virgilio Leite Uchoa e José Ernanne Pinheiro. Dentre os participantes, destacamos dom Cristiano Krapf bispo de Jequié (BA), dom Luiz Demétrio Valentini, de Jales (SP) e o arcebispo de Natal, dom Matias, além de padres, monsenhores (12) e ex-seminaristas (24), hoje, desempenhando funções de professores, diretores de escolas superiores, reitores, consultores e dirigentes de empresas, notadamente, no âmbito de serviços.

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